abril 18, 2013

Manter os jovens na escola, uma obrigação


Mudança na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) amplia a escolaridade obrigatória de 6 a 14 anos para 4 a 17 anos. Só entre os jovens, são 2 milhões fora da escola. Concretizar um ensino que os motive a aprender é uma tarefa urgente, mas que está longe de virar realidade.

Em 2009, foi dado um passo importante para ampliar a escolaridade média do brasileiro.
Naquele ano, a Emenda Constitucional 59 determinou que, até 2016, todas as pessoas de 4 a 17 anos devem estar matriculadas na escola, ampliando a obrigatoriedade que antes era de 6 a 14 anos. Passados três anos, pouco foi feito para garantir esse direito. Mas, em abril 2013, houve um avanço: finalmente foi sancionada uma modificação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que regulamenta o assunto. O desafio é enorme. É preciso incluir 3,5 milhões de pessoas. E só entre os jovens são 2 milhões longe dos bancos escolares.

Nos últimos anos, a matrícula no Ensino Médio permanece estável: em 2012 o número de
alunos nessa etapa de ensino é de 8,37 milhões, praticamente o mesmo valor de 2007.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2012, apenas a
metade (51,6%) da população de 15 a 17 anos está no Ensino Médio. 32,1% estão atrasados,
ainda no Ensino Fundamental. Para 16,3%, a situação é ainda pior: são jovens fora da escola.

As razões da desistência são bem conhecidas. A pesquisa Determinantes do Abandono do
Ensino Médio 2009, encomendada pelo Instituto Unibanco e realizada no estado de Minas
Gerais, elencou as mais prevalentes: gravidez precoce, necessidade de trabalhar e  desestímulo pela defasagem idade-série. O levantamento, porém, encontrou motivos dentro da própria escola, como excesso de matérias e desinteresse tanto da parte do professor quanto da parte do aluno para com o conteúdo.

Como trazer esses jovens de volta? E como não perder os que seguem estudando?

A falta de estímulo dos adolescentes se dá principalmente pela falta de utilidade que o
aluno enxerga em seu tempo dedicado ao estudo (a mesma pesquisa conclui que acreditar
que estudar proporcionará melhores oportunidades na vida aumentam em 50% as chances
de o aluno permanecer na escola). O problema atinge com mais força os alunos da rede
pública. Não é de se espantar: é realmente difícil encontrar sentido em ir a escola quando as opções se limitam a um ensino tradicional para o vestibular (que não oferece condições de competitividade com os alunos da rede privada) e o técnico (ainda altamente excludente, já que muitas escolas ainda praticam a seleção prévia de seus alunos).

Uma mudança consistente precisa passar pela reavaliação da relação entre o aluno e o saber, como defende o francês Bernard Charlot. De acordo com o pesquisador, o estudante só se motiva para aprender se enxergar significado no que faz. A escola deve oferecer aos alunos
ferramentas para que eles construam uma trajetória de vida, buscando um equilíbrio entre
suas necessidades imediatas e seus planos futuros (competição do mercado de trabalho e
seleções para universidades).

O Ministério da Educação (MEC) tenta atacar o problema com a criação do Ensino Médio
Inovador. Implementado em 2010, o programa propõe aumento na carga horária, matérias

optativas, foco na leitura, abertura de espaço para as artes e maior participação da
comunidade. Mas, as dimensões do programa ainda são pequenas, o investimento necessário
é muito grande - e claro, não é uma solução mágica, já que outras persistem outras graves
dificuldades que precisam ser atacadas.

Uma delas é o currículo. O atual - extenso, generalista e obrigatório - não parece um bom
aliado para a mudança. Melhor optar por uma flexibilidade curricular que leve em conta
o diálogo e a participação dos estudantes. "Não podemos distanciar a escola do mundo
interativo rodeado de tecnologias e com inúmeros conflitos, em que esses jovens vivem",
afirma Maria Nilene Badeca da Costa, presidente do Conselho Nacional de Secretários da
Educação (Consed).

Outra opção possível é uma mudança no modo de construção da grade e de avaliação dos
alunos. "O agrupamento das matérias em grandes áreas em que o aluno possa escolher e se
aprofundar no que mais lhe interessa para que posteriormente seja avaliado a partir dessa
escolha é uma mudança possível", comenta Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco.

Por fim, não se pode menosprezar a importância do clima escolar. O ambiente da instituição deve ser acolhedor ao aluno, dando voz ativa a ele, tratando de assuntos da sua realidade e explorando a sua própria linguagem. Assim, será mais fácil defender a esses jovens que estudar vale a pena.

Com reportagem de Anna Rachel Ferreira. Colaborou Elisângela Fernandes

março 30, 2013

Alguns procedimentos de apoio à leitura


Marcar palavra-chave 
Palavra-chave é o termo que sintetiza as ideias importantes do texto, traduz o sentido de um contexto ou o torna claro. Num texto que associa o aumento da violência à programação da televisão, as palavras-chave poderiam ser: televisão, programação, aumento da violência.
Dica: Ao marcar as palavras-chave, fazer anotações à margem com a ideia que elas concentram.
Grifar textos 
Os leitores grifam ou sublinham passagens dos textos quando têm a intenção de deixar marcadas ideias que consideram importantes ou que revelam como o texto está organizado. É importante saber o que se pretende antes de iniciar o procedimento.
Dicas:
- Não grifar parágrafos inteiros, pois longos trechos marcados impedem que se recuperem rapidamente as ideias essenciais.
- Nem todos os parágrafos apresentam ideias que precisam ser grifadas, já que muitas vezes os autores repetem concepções ou tentam explicá-las com exemplos.
- Antes de grifar, é importante ler o texto inteiro pelo menos uma vez para perceber como ele está organizado.
Resumir
É uma excelente forma de estudar em profundidade. Resumir não é apenas copiar alguns trechos nem citar o início de cada parágrafo, mas condensar fielmente as ideias ou os fatos contidos em uma produção maior sem perder de vista:
a) cada uma das partes essenciais;
b) a progressão em que elas se sucedem;
c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
Sem compreender o sentido global, é impossível fazer um bom resumo. Ao mesmo tempo, a elaboração do resumo leva à melhor compreensão do texto. É fundamental também observar o título e os subtítulos (quando houver).
Dicas
- Ler uma vez o texto ininterruptamente para ter noção do conjunto e entender o significado das partes, preocupando-se em responder à pergunta: "Do que trata o texto?"
- A segunda leitura, sempre necessária, deve ser feita com interrupções e lápis na mão para destacar ideias, entender o significado de palavras difíceis (se preciso, recorrer ao dicionário) e captar o sentido de frases mais longas, com inversões ou com elementos ocultos e observar as palavras que dão coesão ao texto (assim, isto, isso, aquilo, aqui, lá etc.).
- Num terceiro momento, dividir o texto em blocos de ideias que tenham alguma unidade de significação. Em um texto pequeno, pode-se adotar como critério de segmentação a divisão em parágrafos. Já num maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar um mais funcional, como as oposições entre os personagens e as marcas de espaço e de tempo.
- Escrever o resumo com as próprias palavras, explicitando a lógica dos blocos visualizados, seguindo a ordem das ideias como aparecem no texto principal e estabelecendo relações entre elas.
FicharÉ o registro de dados relevantes sobre algum tema ou assunto, conforme os objetivos da leitura. Se no resumo recupera-se a totalidade do texto principal, no fichamento há seleção, organização e registro de informações para atender a objetivos específicos de leitura.
Dicas
- Começar o fichamento com especificações da fonte: nome do autor, título da obra, editora e ano da edição.
- Ao transcrever passagens inteiras, anotar as referências das páginas.
Esquematizar
É composto de palavras-chave ou frases que sejam muito significativas para a compreensão do texto e permite que as articulações entre os diversos elementos sejam visualizadas. A representação simplificada do esquema leva à fixação das informações do texto.
Dica
- Localizar a palavra ou frase importantes e, ao lado delas, fazer uma chave ou uma seta para inserir outras palavras ou frases relacionadas.
Fazer paráfrase
Usa-se quado se quer escrever um texto com base em outro para torná-lo mais compreensível ou apresentar um novo enfoque. Em uma paráfrase, é possível ampliar ou reduzir uma passagem, traduzi-la em uma linguagem mais simples ou interpretá-la.
Dicas
- Solicitar aos alunos sínteses orais dos textos lidos antes da produção da paráfrase.
- Produzir sínteses coletivamente.
- Escrever sínteses no quadro e cortar redundâncias.

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/alguns-procedimentos-apoio-leitura-532656.shtml

Escolas públicas têm até 30 de abril para se recadastrar no Mais Educação


Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília

As 32 mil escolas públicas que já participam do Programa Mais Educação têm até 30 de abril para fazer o recadastramento via internet na página do Simec (Sistema de Informações Integradas de Planejamento, Orçamento e Finanças). Sem o novo cadastro, as escolas deixarão de receber recursos financeiros e material didático de apoio para a educação integral, que amplia a jornada escolar para 35 horas semanais.



O prazo para que as escolas pré-selecionadas para o programa façam o cadastramento, na mesma página, termina domingo (31). De acordo com o ministério, a meta é chegar até o final deste ano com 45 mil escolas públicas, situadas em regiões de vulnerabilidade social.
O Mais Educação trará, de acordo com o MEC, novidades para este ano letivo. As atividades de cultura, lazer e de esporte foram agrupadas em um eixo comum, chamado de orientação de estudos e de leitura. Além disso, universitários, preferencialmente do curso de pedagogia, atuarão como monitores para acompanhar os alunos do Mais Educação.
O programa garante aos estudantes do primeiro ao nono ano das escolas públicas participar de atividades no turno oposto ao que está em sala de aula, além de reforço escolar. As atividades ofertadas são voltadas para: meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, comunicação, educação científica e educação econômica.
As instituições foram escolhidas por terem a maioria dos alunos atendida pelo Programa Bolsa Família, do governo federal, assim como unidades com Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) maior que 3,5 pontos e menor que 4,6 nos anos iniciais e entre 3,9 e 4,6 pontos nos anos finais do ensino fundamental. Também foram contempladas todas as escolas com menos de 3,5 pontos no Ideb.
O Mais Educação teve início em 2008, com a adesão de 1.380 escolas públicas. Atualmente, já está presente em 32 mil unidades de ensino, incluindo quase 10 mil escolas do campo.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/29/escolas-publicas-tem-ate-30-de-abril-para-se-recadastrar-no-mais-educacao.htm

ENEM: Candidato escreve receita de miojo na redação e tira nota 560


Clipping Educacional - SECOM/CPP

Um candidato resolveu descrever como preparar um miojo no meio da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012, que tinha como tema o movimento imigratório para o Brasil no século 21, e recebeu 560 pontos - a nota máxima é 1.000. A informação é do jornal "O Globo". 
Ontem (18), o jornal carioca também informou que redações com nota máxima apresentaram erros como "trousse", "enchergar" e "rasoavel". 
O candidato escreveu dois parágrafos sobre o tema proposto e depois dedicou um parágrafo inteiro ao preparo do macarrão instantâneo "Para não ficar muito cansativo, vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva trezentos ml's de água em uma panela, quando estiver fervendo, coloque o miojo, espere cozinhar por três minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva".
Após passar a receita, o estudante voltou a escrever sobre a imigração. Segundo o jornal, o candidato recebeu 120 pontos (de um total de 200) na competência 2 da correção, que avalia a compreensão da proposta da redação e a aplicação de conhecimentos para o desenvolvimento do tema. Já na competência 3, que avalia a coerência dos argumentos, o candidato recebeu metade dos pontos possíveis -- 100 de 200.
Em nota enviada ao jornal "O Globo", o MEC afirmou que "a presença de uma receita no texto do participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e inadequada, provocando forte penalização especialmente nas competências 3 e 4". O órgão disse entender que o aluno não fugiu do tema nem teve a intenção de anular a redação, pois não feriu os direitos humanos e não usou palavras ofensivas.
Candidato não podia recorrer da nota
Os candidatos que fizeram o Enem 2012 puderam acessar a correção de suas redações no início de fevereiro. O aluno devia informar o CPF ou o número de inscrição e a senha no site do Enem. As correções têm apenas finalidade pedagógica, ou seja, não são passíveis de recurso.
O boletim de correção traz as notas por competência e dá direito à vista da redação.
Ao todo, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), foram corrigidas 4.113.558 redações, das quais 1,82% estavam em branco e 1,76% obtiveram nota zero. 
No início do ano, estudantes de todas as regiões do país recorreram à Justiça para conseguir acesso à correção antes do período de inscrição do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), pelo qual instituições públicas de educação superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem.
No entanto, os tribunais regionais federais das diferentes regiões suspenderam as liminares que determinavam a vista antecipada dos espelhos de correção, entendendo que o edital do Enem prevê apenas a vista pedagógica e que leva em conta rigorosamente o previsto no termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado pelo Ministério da Educação com o Ministério Público Federal.
Muitos estudantes sentiram-se injustiçados. Thais Bastos obteve a nota 400 na redação do Enem. "No ano passado, tirei 700. Neste ano, estudei muito mais, não posso ter ficado com essa nota", disse. Além disso, ela comparou o que escreveu com redações disponíveis em revistas e manuais, "As redações que receberiam a nota que eu tirei continham erros de português e um vocabulário infantil". Ela também levou o caso à Justiça e chegou a ganhar o direito da vista antecipada, até que o ministério recorreu e venceu.
SECOM / CPP
http://profcoordenadorpira.blogspot.com.br/

fevereiro 07, 2013

Boas Práticas

A força da união


Para combater a evasão escolar, o Colégio Odorico Leocádio da Rosa, de Rondonópolis (MT), investiu na consulta aos pais e alunos para melhorar a escola e na conscientização sobre a importância da frequência


Samantha Costa

Para melhorar a frequência dos alunos, escola investiu na participação dos pais e em projetos que atraíssem os estudantes
Ao valorizar a participação dos pais, conscientizá-los sobre a importância da assiduidade de seus filhos às aulas e consultá-los sobre a escola e os projetos desenvolvidos, o Colégio Estadual de Ensino Fundamental Odorico Leocádio da Rosa, em Rondonópolis (MT), conseguiu melhorar a frequência de seus alunos. Com índices altos de evasão escolar que chegaram ao recorde mais baixo ao final do ano de 2008, de 20%, a escola adotou um plano de ação em conjunto com o poder público, pais, alunos e funcionários para reverter o quadro. A medida, além de diminuir a ausência dos alunos, tornou a escola uma das melhores do estado. Hoje, o Odorico Leocádio tem o segundo melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estadual e também figura entre os melhores na comparação nacional. Dos 1.050 alunos que estudam na escola, 70% são de baixa renda. A maioria deles é formada por filhos de caminhoneiros e, frequentemente, as faltas longas - de uma a duas semanas por mês - eram justificadas pelas viagens dos pais que levavam os alunos como acompanhantes. "Quando um aluno falta, tem sempre um adulto por trás que é conivente com isso", explica Marisa Cruvinel, diretora da escola. "Tivemos de começar a ensinar aos pais a importância da escola", completa.
Reverter o quadro começou com a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) e, na sequência, a reformulação do regimento da escola. Com regras mais rígidas para pais e alunos - validadas pela Promotoria Pública - a escola passou a encaminhar para acompanhamento do Conselho Tutelar todo aluno que falta mais de três vezes sem justificativa, incluindo as viagens longas. "Quando um aluno falta, ligamos na casa, no celular dos pais para saber o motivo da ausência. Se o aluno ficou doente, cobramos o atestado. Caso contrário, chamamos os pais para conversar, explicamos a importância da presença da criança para acompanhar o conteúdo. Ao final, fazemos uma ata, que é assinada por todos os presentes. Só essa formalidade já deixa os pais mais atentos. Ninguém quer chegar no estágio do Conselho Tutelar", explica Maria Aparecida Reis, coordenadora dos primeiros anos do ensino fundamental da escola.
No processo de convencimento dos pais para a importância da presença de seus filhos em aula, a equipe pedagógica analisa a situação da família e conta sempre com o bom-senso. As famílias são entrevistadas no ato da matrícula, anual, quando recebem o regimento da escola e são informadas sobre a rigidez exigida. Conselho Tutelar só em último caso. "São questões delicadas, sabemos que quando um pai leva um filho para uma viagem de caminhão está pensando no melhor para a criança. Aí entra o nosso trabalho constante: explicar para cada família que tão importante quanto o convívio com os pais é a presença na escola", conta a diretora.
Plano de ação
A equipe da escola teve bastante trabalho para formular as novas regras - que vão desde a exigência do uniforme até o encaminhamento da família ao Conselho Tutelar em caso de faltas não justificadas - e aplicar o novo regimento. No início, a administração da escola foi criticada e houve resistência de alguns pais. Contudo, ao avaliarem os resultados obtidos na educação dos filhos, passaram a apoiar e incentivar os métodos da escola. "Fomos criticados, mas não esmorecemos. Os pais responderam aos estímulos da escola, se tornaram mais presentes. Frequentam as reuniões e escolhem a nossa escola por ser boa e por ter regras que são efetivamente cumpridas", explica Maria Aparecida. Assim como acontece com os alunos, a frequência dos pais nas reuniões e conversas com a escola é controlada. "Se não podem comparecer à reunião, marcamos um dia e horário em que eles consigam vir, mesmo que tenhamos de trabalhar além do nosso horário. Se não comparecem, utilizamos o mesmo procedimento adotado com as faltas dos alunos: três ausências, Conselho Tutelar", explica a coordenadora.
Ao mesmo tempo, a equipe da escola se empenhou em tornar a escola mais atrativa, para estimular a permanência dos alunos por mais tempo em suas dependências. Para isso, o Odorico Leocádio adotou duas frentes, a gestão democrática e as parcerias com órgãos públicos.
A gestão democrática convoca todos para opinarem sobre a escola e auxiliarem na elaboração das diretrizes anuais. Funcionários - desde quem cuida da limpeza, as merendeiras, professores até a direção -, pais e alunos podem opinar e sugerir melhorias para o ano seguinte. Os pais e alunos respondem a um questionário e participam de uma reunião geral para votarem o planejamento. "É um outro jeito de trazer os pais para perto da escola. Perguntamos sobre sua satisfação e a dos alunos em relação a vários aspectos da escola, como avaliam os professores, a coordenadora, a diretora. É bem democrático e abrangente", afirma Marisa. Além disso, na rede estadual do Mato Grosso, a comunidade escolar - funcionários, pais e alunos do 5º ao 9º ano - escolhe a diretoria da instituição. A gestão é de dois anos e o candidato pode ser reeleito uma vez.
Uma das sugestões dos pais que foi aplicada na escola foi a climatização das salas, antes mesmo da aprovação estadual de medida similar. "Nossa região é muito quente e seca. Os pais sugeriram a climatização da escola e com o dinheiro arrecadado na festa junina e de doações de alguns pais que possuem mais condições, conseguimos comprar equipamentos de ar condicionado para 70% das nossas salas. Isso interferiu diretamente na aprendizagem dos alunos", explica a diretora.
Os alunos também colaboram com ideias e execução de projetos, entre elas gincanas para os estudantes, programas de rádio e um jornal. Os dois primeiros já funcionam com envolvimento maciço dos alunos, só o jornal ainda está em avaliação, pois a escola estuda meios de viabilizar a elaboração do material. A rádio da escola é supervisionada pela coordenação e a programação fica por conta dos alunos e professores. Cada dia, uma turma diferente é responsável pelo funcionamento e programas, que têm notícias e músicas.
"Participei de todos os projetos da escola, que ajudaram a melhorar meu desempenho não apenas escolar. As gincanas, por exemplo, fizeram com que os alunos se integrassem, ficassem mais próximos", diz o estudante Lucas Souza, que cursa o 9º ano.
Alguns dos projetos são viabilizados por parcerias da escola. O programa Atleta Cidadão, feito junto com o Corpo de Bombeiros da cidade promove aulas de caratê para alunos e também é aberto para a comunidade. A escola também montou uma fanfarra, com instrumentos para a banda e aulas de música para os participantes, mantidas com verbas revertidas de penas alternativas aplicadas pela promotoria pública.
Há ainda dois projetos de incentivo à leitura, café da manhã das mães, gincana de matemática - com problemas do cotidiano -, oficinas de tamgram, e anualmente são trabalhados grandes temas para conscientização. "Ano passado fizemos sobre meio ambiente e sustentabilidade. Este ano trabalhamos a diversidade em um projeto que prevê a inibição do preconceito e agressões entre alunos", conta a coordenadora.
Rendimento escolar
No Estado do Mato Grosso, as escolas públicas obedecem à organização de ensino ciclado, que não reprova. Em vez disso, o aluno pode ter Progressão Simples (PS), que indica o desenvolvimento esperado para sua respectiva série, ou ser Promovido com Plano de Apoio Pedagógico (PPAP), que indica a necessidade de um acompanhamento pedagógico diferenciado numa sala de apoio, concomitante ao ensino regular - as articulações.
O programa de articulação é visto como carro-chefe da unidade. Toda escola no Estado do Mato Grosso possui articuladores, profissionais formados em pedagogia que retomam os conteú­dos dados em sala de maneira diferente, como um reforço. A articulação acontece no período contrário às aulas de cada aluno e o auxilia no processo de aprendizagem. Para reforçar a importância desses profissionais, a escola cobra como frequência normal a participação dos alunos que apresentam baixo rendimento nestas atividades.
Em 2008, o Odorico tinha 50% de seus alunos com rendimento classificado como PPAP, resultado da evasão escolar. Em 2009, com o início do plano de ação diferenciado, a porcentagem de PPAP caiu para 21,71% e em 2010 caiu novamente, desta vez para 20,8%. A meta para 2011 é de reduzir o índice de PPAP para 20%.
O trabalho baseado em parcerias, participação dos pais e envolvimento de funcionários e alunos também resultou em melhorias do Ideb.


A vanço conjunto
Ideb 2005 2007
Anos iniciais Anos finais Anos iniciais Anos finais
5 4,5 4,5 4,4
2009 2011
Anos iniciais Anos finais Anos iniciais Anos finais
6,7 5,3 6,7 5,4
Ações:
Elaboração de PPP e reformulação do regimento escolar
Acompanhamento das faltas de alunos realizado junto às famílias pela equipe da escola
Parcerias firmadas com órgãos públicos para proporcionar atividades extracurriculares atrativas aos alunos
Gestão democrática: alunos, pais e funcionários opinam, sugerem e elaboram projetos de melhorias
Edição 30
Janeiro 2013
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setembro 05, 2012

Realidade das Escolas nas redes sociais

Isadora criou página para que problemas da escola fossem resolvidos

Isadora criou página para que problemas da escola fossem resolvidos. Foto: Reprodução

Fabricio Escandiuzzi
Direto de Florianópolis
Após a polêmica causada por uma aluna de 13 anos que criou um perfil no Facebook para mostrar os problemas em sua escola, o professor de matemática criticado pela menina Isadora Faber acabou afastado das funções pela secretaria municipal de Educação de Florianópolis.
A decisão foi confirmada pelo próprio órgão. Faber escreveu que o professor teria "dificuldades" em ensinar a matéria.
Em seu perfil Diário de Classe, a estudante começou mostrando maçanetas quebradas, fios de eletricidade expostos e outros problemas na escola municipal Maria Tomázia Coelho, na capital catarinense. Aos poucos, os problemas foram sendo resolvidos. Até a última quinta-feira, mais de 180 mil internautas haviam curtido a página da menina.
A secretaria de Educação elogiou a "postura crítica" da menina e retomou as reformas na escola.
O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), divulgou uma nota criticando a repercussão do caso. Para os sindicalistas, as escolas públicas enfrentariam os "mesmos problemas" e que isso não prejudicaria o trabalho dos servidores.
A prefeitura retomou as reformas e deve concluir as obras até o próximo dia 14 de setembro. A cobertura da quadra, entretanto, só deve ser incluída no orçamento de 2013.

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI6117194-EI8266,00-SC+professor+criticado+por+estudante+no+Facebook+e+afastado.html